É possível encontrar populações enormes do peixe principalmente na região central do Brasil, nos rios do Pantanal mato-grossense e na região amazônica. Com fortes mandíbulas e dentes afiados, são grandes predadores e já foram até protagonistas em filmes hollywoodianos.
A verdade é que, mesmo sendo carnívoras, nem sempre as piranhas são terríveis e sanguinárias. Há muitas espécies que possuem dietas variadas e vários fatores influenciáveis, como o meio em que se encontram.
Conheça agora 13 fatos curiosos sobre esses peixes tão injustiçados:
1 - Roosevelt destruiu a reputação das piranhas!
Theodore Roosevelt viajou ao Brasil quatro anos após deixar a presidência dos Estados Unidos, onde escreveu seu livro Through the Brazilian Wilderness (Pelas Selvas Brasileiras), relatando várias passagens em nossas terras. Por ser historiador, explorador, biólogo e naturalista, muitas coisas exóticas e selvagens atraiam sua atenção.
Ele chegou a descrever as piranhas como "os peixes mais ferozes do mundo”, pois viu uma vaca morta sendo devorada pelos nossos queridos peixinhos amigáveis. A fama de vilão ganhou força desde então.
2 - São animais ancestrais
Há evidências fósseis de que as piranhas que conhecemos hoje possuem ancestrais de 25 milhões de anos atrás, mas as que vemos hoje se desenvolveram há 1,8 milhões de anos. Desde 2007, de acordo com dados da PubMed, acredita-se que nossas piranhas possuíam um ancestral comum há cerca de 9 milhões de anos.
Estimativas dizem que cerca de 30 espécies do peixe se dividem em águas doces da América do Sul.
3 - São exclusivas da América do Sul
Essa espécie tão peculiar tem origem da América do Sul e, na prática, só poderia ser encontrada pela região, que vai desde a Venezuela até a Argentina - mesmo tendo ficado famosa como sendo do Brasil. Porém, por ser um animal tão exótico, muitas pessoas resolvem levar as piranhas para outros lugares, seja em aquários ou lagos artificiais.
Portanto, não é raro encontrar piranhas na Inglaterra ou até mesmo na China. Em alguns países, é legalizado possuir piranhas em determinadas áreas, com limitações rígidas, justamente por ser invasiva em ambientes selvagens.
4 - Dentes substituíveis e adaptáveis
A piranha é intimidadora até em seu nome, que em Tupi-Guarani, significa “peixe com dentes”. Os índios sabiam bem sobre a linha única de dentes que reveste a mandíbula desses peixes. Seus dentes são tricúspides, capazes de arrancar pedaços devido à sua disposição, e totalmente adaptáveis à sua dieta carnívora.
Apesar de terem dentes parecidos com os dos tubarões, a grande diferença é que, ao contrário do grande predador, as piranhas podem substituir fileiras de dentes completas, caso necessário, já que é comum a perda de alguns dentes.
5 - Mordida incrivelmente forte
Um estudo publicado em 2012 revelou que a maior espécie de piranha encontrada nos dias de hoje, a Serrasalmus rhombeus – conhecida como piranha negra –, pode empregar uma força de até 32 kg em suas mordidas, o que seria equivalente a três vezes o seu próprio peso.
Se você achou incrível, é porque não viu o fóssil estudado pelos pesquisadores! AMegapiranha paranensis, extinta há 10 milhões de anos, possuía uma força na mandíbula de mais de 480 kg. E não para por aí: como elas pesavam apenas 10 kg, em média, sua mordida era praticamente 50 vezes mais forte que seu peso.
6 - Piranhas não comem carne humana. Pelo menos não enquanto está viva!
Aqueles ataques de piranhas vistos em filmes e desenhos não passam de uma mentira. De acordo com especialistas estimam que para arrancar um pedaço de carne de um humano adulto de 80 kg seriam necessárias cerca de 300 a 500 piranhas. Há casos de ataques de piranhas a humanos registrados, mas em todas eles há evidências de que as vítimas já estavam mortas quando as piranhas atacaram os corpos. O mesmo acontece quando há registros de piranhas que devoram corpos de animais enormes. Elas apenas atacam quando eles já estão mortos ou gravemente feridos.
7 - Há piranhas canibais
Geralmente, as piranhas consomem insetos, peixes, crustáceos, vermes, carniça, sementes e outros produtos vegetais que compõem a dieta da maioria das espécies.
Claro que, assim como em todo o reino animal, a dieta depende de vários fatores. Portanto, de acordo com a idade das piranhas e com a abundância – ou escassez – de alimentos, é possível que ocorram mudanças de hábitos alimentares. Não estranhe, então, se alguma piranha acabar comendo uma parte de outra colega, esteja ela viva ou morta!
8 - E também há piranhas vegetarianas!
Não é só aquela sua amiga com complexo de gordura ou o seu vizinho idealista que podem sobreviver a uma dieta sem carne. Algumas espécies de piranhas são onívoras e comem muito mais sementes do que carne. Outras, sobrevivem apenas com plantas.
Nas corredeiras amazônicas da bacia de Trombetas, no Pará, foi descoberta uma espécie de piranha – a Tometes camunani –, que tem como parte de sua dieta apenas a vegetação encontrada ao longo do rio. Algumas espécies de peixes semelhantes, como o pacu-vermelho, são comercializadas com o rótulo de piranhas vegetarianas, portanto, cuidado para não se confundir!
9 - Táticas de combate
Em 1972, um estudo revelou uma incrível estratégia de combate das piranhas durante os ataques à presas. Geralmente, os focos de ataque das piranhas são a cauda e os olhos do animal desejado. Isso faz com que o inimigo fique imobilizado, tornando-se um alvo muito mais fácil para as inteligentes piranhas famintas. A tática também era utilizada como mecanismo de defesa.
10 - Piranhas podem latir
As piranhas de barriga vermelha, quando são capturadas, costumam fazer barulhos que lembram uma espécie de latido. O som é proveniente, além do ranger dos dentes, de sua bexiga natatória, um órgão que contém gás e é responsável por fazer o peixe flutuar na água.
Recentemente, cientistas descobriram que há três tipos de vocalização diferentes emitidos por esses animais que variam de acordo com as situações que se encontram. Por exemplo, um grunhido baixo emitido pela piranha geralmente ocorre durante um ataque a uma presa ou na luta pela sobrevivência como forma de intimidação.
11 - “Fique tranquilo, é só não mexer com ela que ela não morde!”
Você já deve ter ouvido essa frase em várias situações, seja ao visitar um amigo que tinha um cachorro de grande porte e com cara de poucos amigos ou quando você era uma criança consolada pela mãe, com medo de abelhas.
A frase se encaixa bem para a situação das piranhas. As piranhas pretas e as de barriga vermelha são consideradas as mais perigosas e agressivas contra seres humanos. Mesmo assim, há lugares infestados dessas piranhas que recebem banhistas que saem ilesos. O único cuidado a se tomar é em casos de hábitats com escassez de alimentos e quando se atrapalha a desova. Isso mostra que a agressividade das piranhas é influenciada pela sobrevivência, seja por reprodução ou fome.
Muitos pescadores levam mordidas de piranhas nos dedos, logo após a retirada dos animais da água. Mas, nesse caso, seria um pouco óbvio e inevitável que o peixe se torne mais agressivo, não é mesmo?!
12 - Sensor para conseguir alimento
As piranhas estão ligadas a muitas alterações que ocorrem em seu hábitat, justamente com o intuito de se alimentar. Elas percebem gotas, frutas ou sementes que caem no rio e, o que pode ser o mais impressionante, reconhecem de longe a presença de sangue na água. Elas podem perceber uma única gota em até 200 litros de água.
Portanto, jamais mergulhe em um hábitat de piranhas com alguma ferida ou sangramento. Nesse caso você estará jogando demais com a sorte!
13 - A piranha pode ser uma iguaria
Apesar de ser um tabu em algumas partes da Amazônia, o consumo de piranha é muito comum, seja pelo sabor característico ou pelo poder afrodisíaco. O caldo de piranha é um prato popular no Pantanal, assim como o peixe grelhado servido em folha de bananeira,entre outros..
